Um novo ano

Estive em Licínio agora em janeiro e idealizei uma série de entrevistas com personalidades. Dentre elas, eu queria uma entrevista com o prefeito Alan e com o presidente da câmara municipal Dionísio, lamentavelmente não consegui. Consegui falar com Amilton Mascarenhas, escritor local, com Adaltiva, secretária de Educação e bati papo com outras pessoas na cidade. No último dia do mês de janeiro conversei rapidamente com o novo secretário de cultura, recém nomeado e ele me falou de alguns planos para a área.

Das observações que fiz na cidade destacam-se: ruas mais limpas, mais iluminadas; a lagoa continua absolutamente abandonada e a impressão que me passa que esse não é só um descaso das autoridades não, mas dos próprios moradores que dão cada vez mais as costas para este patrimônio natural, histórico e cultural; a tranqüilidade da cidade ainda é uma marca registrada.  Uma coisa excelente foi a construção da Câmara Municipal que agora ocupa um espaço físico separado da prefeitura. Dois poderes diferentes tinham que ter sedes separadas mesmo, grande sacada do presidente do legislativo Dionísio Prates. Os celulares são uma febre local e funcionam bem, como pude observar. Enfim como amo essa cidade torço sempre para que ela melhore cada vez mais. Ainda existem muitos problemas, mas se houver um pacto em favor da cidade, acredito que Licino será sempre um lugar muito bom para se morar. Claro que valores capitalistas ainda preponderam sobre os humanistas. De verdade no nordeste quem é pobre é pobre e que tem dinheiro se sente superior, mas isso não é só em Licinio que acontece. Ainda sofro com a grande quantidade de jovens sem persespectiva de uma vida melhor e que se submetem a condições de trabalho por salários baixíssimos, fruto de uma falta de política de geração de renda que não vem de agora, mas de muitos anos de descaso das elites oligárquicas políticas que  governaram a Bahia nas últimas décadas. Enfim ainda há tanto por fazer e não podemos esquecer que cada um de nós é um pouco responsável para mudarmos um pouco essa situação. Não adianta só ficar culpando as autoridades, temos que fazer também nossa parte. Acho que a mais importante delas é a não exploração do homem pelo próprio homem. Nos livrarmos dos preconceitos também ajuda muito. Louvo a atitude de Alan em não perseguir politicamente os adversários, de governar para todos, afinal todos que moram na cidade merecem respeito. Penso que o fato de ele vir morar na cidade também é um grande acerto e  o fato de corrigir alguns erros dos primeiros dois anos de mandato é um sinal de grandeza política.
A seguir começarei a publicar as entrevistas e as conversas que tive e espero sinceramente contribuir para pensarmos a cidade e seu futuro, torcendo sinceramente para que os anos de atraso  e perseguição não voltem jamais.