sábado, 12 de setembro de 2015



Só existem mesmo dois lados em Licínio?



“Lama: substantivo feminino.  Significado dicionarizado: Mistura de terra, argila e água, de que resulta uma massa pastosa; lodo. Sentido figurado: condição ou circunstâncias abjetas, desprezíveis, lamentáveis ou reprováveis no modo de vida. Sinônimos: limo, lodo” (http://www.dicio.com.br/29/08/2015)
Gosma: substantivo feminino. Significado dicionarizado: Doença das aves, especialmente das galináceas, que se caracteriza pelo aparecimento de uma película na ponta da língua; Doença dos potros, que consiste na inflamação das membranas mucosas das vias respiratórias. Popularmente significa: baba espessa ou pegajosa; escarro; coisa grudenta.

Diante da situação política em que vivemos na atualidade e, mais especificamente em Licínio de Almeida, gostaria de, a partir dos substantivos a lama e a gosma acima citados, pensar criticamente sobre quais caminhos políticos nós, cidadãos e eleitores que somos, podemos seguir no sentido de querer uma administração municipal decente, ética e solidaria. Certamente um caminho decente não passa nem pela lama nem pela gosma.
 Para algumas pessoas, só existem dois lados na política de Licínio de Almeida. O que representa o continuísmo da “lama atual” que atola o desenvolvimento de Licínio em circunstâncias - abjetas, desprezíveis, lamentáveis e reprováveis - no modo de fazer política pública e o lado que representa o grude (a gosma) ao poder, por ambições individuais, em benefício próprio e de apadrinhados. Aqui ambos os modelos existentes na política local seguem o mesmo modelo de administração, a saber: “aos amigos tudo aos oponentes perseguição”.
Esses dois modelos que enriquecem alguns e submetem a grande maioria da população às migalhas assistencialistas, ao subemprego ou a precarização do serviço público, enfim, são modelos de gestão que não são preocupados com o desenvolvimento coletivo dos cidadãos.
Ambos os projetos políticos (ou lados) são ultrapassados e sem compromisso com a população atual e com as gerações futuras.
Poderíamos continuar falando desses, por nós considerados, projetos falidos e baseados no auto interesse de alguns, mas preferimos acreditar que temos que considerar principalmente o descrédito das pessoas nesses dois modelos já experimentados. Diferentemente dos manipuladores políticos, acreditamos que as pessoas vão se rebelar contra o total desrespeito com a qual estão sendo tratadas nas últimas administrações de Licínio. Queremos lembrar que o povo não é bobo e que as pessoas não vão se deixar serem conduzidas como bois que vão para o abate no matadouro, aceitando o destino que seus donos traçam para elas. As pessoas não são só eleitoras, elas são consciências!
Queremos que a população de um modo geral e cada indivíduo, de um modo particular, “pilotem” suas próprias consciências e percebam que não são controladas em “currais eleitorais” pelos coronéis locais e que votarão no lado que significa a defesa de Licínio e não de interesses do atual e do ex-prefeito.
Nós do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) entendemos que podemos sair da lama, além de aproveitarmos o potencial dos elementos que nela estão presentes (terra, argila e água) que podem produzir o efeito contrário dela, ou seja, o movimento, desenvolvimento! Enquanto a lama paralisa, o respeito à terra mobiliza, a argila pode virar arte e esta virar cultura; a valorização e o cuidado com a água, podem produzir riquezas para toda a população.
O PSOL lembra que cabe à população politicamente consciente remediar quaisquer “doenças” que ataquem o “corpo” importantíssimo da democracia, prejudicando sua “respiração” que é a liberdade de expressão e pleno exercício de cidadania. Somente o voto consciente e um verdadeiro projeto de gestão pública municipal, construído coletivamente, é que garantirão a recuperação da saúde “desse corpo democrático de que falamos.
Por tudo isso discordamos da ideia de que só existem dois lados na política de Licínio de Almeida.
Para nós do PSOL existe uma terceira via, ou uma terceira possibilidade é esta é composta por todos aqueles que estão do lado de Licínio. Que desejam um modelo de política completamente diferente do que a que foi experimentada até os dias atuais.
Este modelo deve ser responsável no trato dos bens públicos, ele tem que se comprometer com o desenvolvimento solidário, com o respeito ao (meio) ambiente; deve considerar como prioridade o resgate da cultura local e dos bens históricos e imateriais do município. Este modelo de gestão deve ter um compromisso verdadeiro com uma saúde e uma educação de qualidade para todo o município; tem de representar um modelo de gestão que estimule a agricultura familiar e o desenvolvimento agrário; este modelo deve se comprometer com a criação de possibilidades de emprego e renda para o homem do campo e da cidade. Tem que firmar parcerias com Universidades públicas federais e estaduais, afim de elaborar políticas públicas para a utilização sustentável dos recursos minerais locais. Enfim, tem que ser um projeto de longo prazo e não um projeto imediatista de poder.
            Nós do PSOL gostaríamos de construir esse projeto coletivamente, pois como diz um sábio ditado popular “sonho que se sonha só é apenas sonho, mas sonho que se sonha junto vira realidade”. Portanto, nos apresentamos, não como mais um lado, mas como um grupo de pessoas unidas pelo propósito de resgate da ética e da decência na política e no respeito às liberdades democráticas e individuais de todos os filhos desse pedaço de terra brasileira que não pertence apenas a dois homens.
            Tome partido, venha para o PSOL, um partido decente, um partido necessário!



sábado, 6 de setembro de 2014

Você conhece esta casa? Sabe onde ela fica? E o que ela significa? Para responder a essas perguntas é preciso voltar ao passado para termos uma compreensão histórica. Dando um pulo ao passado, chegamos a um tempo em que o lugar onde ela está localizada, ficava a mata típica do bioma da Serra Geral onde hoje fica a cidade onde está a casa da fotografia. Em frente a essa casa fica uma lagoa que ainda nos dias de hoje resiste e se mantem. Mas naquela época não existia a casa. Tá ficando enigmático esse texto? Naquele tempo existiam apenas três outras casas, pertencentes a três famílias, sendo que duas dessas famílias terão uma ligação direta como essa casa da foto. As três famílias moravam próximas a lagoa e esta lagoa era usada para que o gado, criado por por elas e por outras famílias das fazendas vizinhas, viessem beber água. Água, esse bem maior para existência de todas as espécies do planeta Terra e que merece todo o cuidado. Mas voltando às famílias... Eram três, como eu disse. Os Ferreira, Os Soares e os Santana. Um casamento uniu, atravéz dos primos Antonio e Emília, as familias Soares e Santana e a partir daí começa a história daquela casa da foto. Mas Antonio e Emilia não foram imediatamente morar nessa casa retrada. Eles construiram uma casa simples de taipa, ou enchimento, (construção onde se faz uma armação de madeira e bate-se barro por cima, o que depois se caracteriza como parede), que ficava atrás de onde, hoje na foto vê-se à direita um muro branco com uma arvore (goiabeira). A cada fim de ano, no entanto, com as chuvas fortes que caiam ( tempos das águas) e com a enchente da lágoa a pobre casa do casal Antônio e Emilia enchia e os amedrontava com a possibilidade de cair sobre eles e suas filhas e filho. Anos depois o filho mais velho, José, conhecido como Deca, que exercia tambéma profissão de pedreiro construiu esta casa da foto. A construção era mais moderna, era de adobo de barro. O tempo passou e estes personagens se foram. Deca morreu jovem, ainda na segunda metade dos anos de 1970 aos 32 anos de idade, vítima de algo que ainda hoje mata os nossos jovens que vivem sem perspectiva nas pequenas e grandes cidades desse nosso país: o alcolismo. Antonio, o pai, que viveu uma vida de muito trabalho e talento como agricultor, também morreu com complicações desse mesmo mal no ano de 1993. A ultima personagem a deixar esta casa, foi Emilia, ou Dona Emilia, conhecida por toda a cidade de Licinio de Almeida, em 28 de março de 2008. Emilia, viveu uma vida digna, cujo reconchecimento é ainda hoje público e notório. Católica fervorosa participava ativamente das atividades religiosas e do atendimento aos mais necessitados, idosos e enfermos. Emíla era detentora de um carisma e de uma sabedoria, e mesmo sem estudo, era requisitada pelas escolas para palestar e dar entrevistas aos alunos para contar a história da criação da cidade que ela acompanhara de perto. Ela veio morar na quarta casa perto da lagoa do “Gado Bravo” e viveu a maior parte de seus anos na casa da fotografia. Nessa casa criou seus filhos e filhas e também suas/seus netas e netos. Vivenciou a alegria de receber também no quintal, onde também brincaram muitas crianças e adolescentes de diversas gerações, suas bisnetas que nasceram em outro estado, o Rio de Janeiro. O mistério textual está começando a ser resolvido. A casa fica na Rua Coronel Gasparino David, nº 261 em Licinio de Almeida, na rua que por homenagem justíssima sempre foi identificada carinhosamente com a rua de Dona Emilia. A casa ainda hoje está de pé e guarda os registros de uma arquitetura dos povos originários do local. É uma casa que é histórica sob vários aspectos, mas especificamente por ser uma das mais antigas de Licinio de Almeida. A Casa de Antonio e Emilia é um lugar de referência para todos que reconhecem que o passado, assim como nossos ancestrais são importantes para que entendamos o presente e construamos nosso futuro. Texto construído por Hiller Soares Santana, neto de Antônio Soares Pereira e Emília Santana Soares.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...